Muitas são as possibilidades de aprendizagem de métodos ou filosofias de tratamentos manuais que o fisioterapeuta tem à disposição. Cada um com suas potencialidades e eficácia que encantam seus praticantes diante da ocorrência dos bons resultados imediatos… Nessa situação, é comum que o terapeuta manual iniciante, invadido por essa sensação de poder curativo, considere que seu método, filosofia ou escola é superior a todos os outros, movido pela egóica noção de competição qual nos é ensinada desde que nascemos. Depois de um tempo, esse terapeuta se dá conta que seu método não consegue resolver tudo tão rápida e prontamente como parecia fazer no início, que suas aplicações mecânicas de forças pretensamente curativas nem sempre são suficientes para a resolução, que existem outras forças, que a cura procede de um processo de reeducação e transformação e que suas “ferramentas” manuais de tratamento atuam como convites para uma nova perspectiva que poderá trazer a paz individual. Nesse grau de entendimento, ele desenvolve o respeito por tudo e todos, percebe a presença da grandeza maior arrebatando facilmente seu “orgulho” de curador inflamado pela cegueira egóica… Percebe ainda que aquele corpo é habitado por um ser com inteligência própria que conhece o caminho para sua própria cura e que o processo é inverso, ou seja, de dentro para fora… Neste ponto, fica difícil perceber quem está tratando quem…
A condição básica para essa sublime relação interativa entre duas pessoas nas posições clássicas de terapeuta e paciente é a ocorrência da conexão entre elas. Conectar-se significa sentir o outro, perceber suas mensagens sub limiares, intuir a partir das informações do outro, fundir-se, tornar-se UNO, para que juntos e únicos possam atravessar a turbulência da angústia e dor, pois unidos seremos sempre mais fortes… Nessa condição, qualquer método ou filosofia de tratamento será de grande eficácia, independentemente qual seja ou de qual escola… As Mãos são uma das formas de contato para conexão… Só a conexão nos dará a chance de ajudar e ser ajudado. Assim nos ensinou o maior terapeuta de corpos e almas da humanidade, sem nunca desejar ser o maior.
Um abraço a todos os terapeutas… incluindo todos aqueles sem diploma universitário…
Marcial Zanelli de Souza