Tratamento para inibição reflexa – Prof° Danilo Ninello

Antes de treinar resistência, força e potência, devemos ativar as placas motoras presentes no músculo esquelético. Dentro desse tratamento utilizamos séries com muitas repetições e pouca resistência (peso).  A justificativa para esse tratamento é a necessidade de ativar as placas motoras que ficam inibidas após a lesão. É como se o músculo esquecesse como contrair. Dai a justificativa de realizar um trabalho neuro coordenativo.

Quando levamos um músculo a fadiga – com baixa intensidade e alto volume(pouco peso e muitas repetições), ativamos um grande número de placas motoras do segmento muscular pois é a maneira que o músculo reage a repetidas contrações por um período longo de tempo.

Buscamos então, antes de treinarmos um músculo, ativar todas as junções neuromusculares com um gesto completo, coordenado, com pouco peso e muitas repetições. As repetições podem variar de 60 a 300. Isso acontece por causa do tempo de exercício. Entre 60 e 300 nós pensamos em cerca de 45 segundos a 3 minutos de contração, que é um trabalho com uso de oxigênio e portanto leva a fadiga. Vale lembrar que como a carga é baixa, é interessante extrapolar o tempo de 20s, uma vez que não estamos em um trabalho de intensidade alta.

Nada impede que você faça séries de repetições: ex: 3x 100  ou 2x 150  ou 4x 50. Tudo depende da adaptação do paciente a sobrecarga imposta. O peso utilizado geralmente é muito baixo: 0,5, 1,2 kg, dependendo do segmento escolhido e é aumentado de acordo com respostas adaptativas do paciente. Deve-se pedir para o paciente fazer contrações fortes, pois assim a qualidade neuro coordenativa do treinamento é maior.

Na prática, percebemos que a carga, evolução da carga ou de repetições varia muito de acordo com o felling do terapeuta. Utilizamos sempre o princípio de trabalho sem dor. Ex: Se o paciente sente dor com 50 repetições com 1 kilo deve-se parar e repetir a série sem carga. Se ele conseguiu 150 repetições e começou a doer, peço para ele repetir em casa 1x ao dia até 150 e caso ele consiga fazer mais sem dor ele pode continuar incrementando as repetições até 200. Nas próximas sessões evoluo para 300. Ao sentir que ele está bem começo a incrementar carga. Após isso entro com a resistência ou encaminho para trabalhos em academia.

Se você usar um peso grande e poucas repetições a tendência é ativar somente as placas motoras superficiais e portanto temos um músculo ou grupo muscular mal preparado ou preparado em parte.

Podemos trabalhar 4, 5, 7 dias de inibição reflexa. Sendo assim não há um número fixo de sessões. Tudo depende da individualidade biológica de cada paciente. Alguns fatores devem ser considerados: tempo de lesão, condição física, forma de encarar o problema, aceitação do exercício, assiduidade dos treinos, entre outros.

Na prática devemos sempre procurar o limite da dor do paciente e evoluir sempre pois o corpo reage de forma incrível a estímulos corretos. Devemos por fim as séries de 3x de 10 repetições.

Devemos sempre estar atentos para diferenciar possíveis dores musculares tardias de quadros álgicos relacionados a outros tecidos.

 

Prof° Danilo Ninello

 

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