Introdução:
As cefaléias podem ser definidas como dores originadas da estrutura do crânio e acomete mais de 90{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} da população mundial em algum momento da vida. Diversos fatores podem gerar esses sintomas. Dentre elas podemos destacar as que tem como origem a somatização.
Objetivo:
Demonstrar a eficiência do tratamento integrado entre a osteopatia, terapia informativa, nas causas e sintomas das cefaléias craniocervicofaciais
Apresentação do caso clínico:
Nome: KST;
Idade 28 anos;
HMA: Acordou com dor intensa na região da face (região maxilar e nasal), suboccipital e região mandibular esquerda. Relata que durante a semana passou por um período de intensa preocupação que foi resolvido no dia anterior ao apresentar os sintomas.
Avaliação:
Zonas de dor: região maxilar, nasal, suboccipital e região mandibular esquerda.(figura 1)
EVA: 9;
TMG: Limitação e dor em todos os movimentos;
Ausculta Global: Tubo dural;
Palpação: Esclerótomo doloroso na sutura occipitomastóidea direita;
Crânio: Torção da SEB;
Percepção: Fase pós conflitual, devido a uma situação de impotência e insegurança em que vivenciou durante a semana.
Figura 1: Zonas de dor:
Tratamento:
– Liberação dos diafragmas;
– Liffting dos ossos:
– Parietais;
– Frontal;
– Temporais;
– Zigomáticos;
– Mandíbula;
– Esfenóide.
– Liberação das membranas intracranianas:
– Foice do cérebro;
– Tenda do cerebelo.
– Técnicas indiretas:
– Torção SEB;
– Etmóide.
– Liberação de CV4.
Liberação:
Resultados:
Logo após a sessão:
– Redução da área da dor, restrita apenas ´a região maxilar direita;
– EVA: 4;
– TMG: leve desconforto na extensão cervical;
Na noite do mesmo dia do tratamento:
– Súbita hipersecreção nasal de coloração verde;
– EVA: 0;
-TMG: Livre;
Na manhã do dia seguinte:
– Assintomática, sem retorno dos sintomas nos dias seguintes.
Figura 2: Zonas de dor logo após o tratamento:
Discussão:
Quando vivenciamos uma situação de stress intenso, de maneira súbita e inesperada o nosso organismo adota um programa biológico de defesa, com o objetivo de manter a vida. Para cada tipo de percepção em relação a ameaça ocorrida, gera uma reação dos tecidos do nosso corpo.
O sistema nervoso autônomo tem papel fundamental neste processo. Durante uma situação de perigo (fase ativa do conflito) eleva a atividade do sistema nervoso simpático, e após o conflito (fase pós conflitual ) predomina o sistema nervoso parassimpático.
De uma maneira geral a fase ativa (simpática) é assintomática, pois o indivíduo está sobre uma ameaça e precisa de atenção e energia para combater o problema. Já durante a fase pcl (fase pós conflitual), o organismo pode reparar os danos gerados durante o combate, normalmente aparecem as dores e as inflamações (figura 3).
Durante a semana a paciente vivenciou uma fase ativa com uma percepção de insegurança e impotência. Estes sentimentos repercutem sobre o tecido ósseo (mesoderma novo), ocorre uma diminuição da massa óssea para fragilizar a estrutura, com o objetivo de evitar o combate que não é possível vencer.
Quando ela entrou em pcl, o tecido agora começa a depositar massa óssea, para repor o que foi perdido na fase ativa. Esse aumento do volume possivelmente gerou uma compressão das suturas dos ossos da face, provocando os sintomas.
As técnicas de liffting contribuíram para promover a descompressão óssea, esta seria uma possível explicação para a melhora dos sintomas de maneira imediata. O tratamento osteopático craniano e as liberações dos diafragmas estimulam o sistema parassimpático, o que pode ter contribuído para acelerar e encurtar a fase pcl, promovendo a hipersecreção e desaparecimento dos sintomas, entrando novamente em equilíbrio do sistema nervoso autônomo.
Figura 3:
Conclusão:
O diagnóstico e o tratamento integrado entre a osteopatia e a terapia informativa permite uma melhor compreensão dos sintomas e possibilita um tratamento mais eficaz e direcionado nas algias craniocervifaciais.
Autor: Márcio Massahiko Ogido.