Prof° Danilo Ninello
Diante da atuação clínica tenho observado bons resultados ao associar exercícios ao tratamento osteopático. Diversos são os benefícios, dentre eles enfatizo que com o exercício podemos trabalhar hipotonias e hipermobilidades articulares, proporcionando estabilidade estática e dinâmica, coordenação, resistência e preparando o paciente para um trabalho de força e potência.
Além disso o exercício é uma grande ferramenta que age no sistema nervoso central do paciente, retirando medos e preparando o paciente para enfrentar experiências dentro do meio ambiente. David Butler nos diz que é comum pacientes apresentarem tanto lesões físicas quanto repercussões no SNC devido a traumas sofridos.
Dentro disso , venho expor meus pensamentos a respeito da forma de atuar com o exercício dentro da clínica e da visão da osteopatia.
O gasto energético é um dos principais fatores a serem considerados na prescrição de exercícios. Em exercícios com intensidade alta ou moderada-alta temos:
De 0 a 20 segundos – gasto de ATP + CP (energia presente na célula)
De 20 a 45 segundos – glicose anaeróbica
De 45s a 3 min. – glicose + oxigênio
Acima de 3 min. – podemos considerar o exercício como aeróbico – ou seja, grande gasto de oxigênio que aumenta progressivamente de forma rápida até 9 minutos.
Acima de 9 min. – estamos diante de um exercício 90{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} aeróbico.
Uma das ótimas opções de prescrição de exercício ocorre sempre com séries de 20 segundos de contração, em intensidade alta ou moderada-alta, mantendo o gesto completo e coordenado. Exercícios com 20s de duração evitam produção de ácido lático e consequentemente a fadiga, evitando a dor muscular tardia.
Para definição da carga utilizo como prioridade: 1º) Sempre ativar as placas motoras através de exercícios com baixa intensidade (peso) e longa duração. 2º) Trabalho de resistência entre 40 a 60{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} da carga máxima. 3º) Trabalho de força de 60 a 80{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} da carga máxima. 4º) Trabalho de potências acima de 80{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} ou 90{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354}.
Na atuação clínica da osteopatia, é comum nos depararmos com pacientes que estão com quadro álgico agudo e limitante. Além das técnicas osteopáticas podemos estimular com exercícios até a faixa de resistência (+- 50{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} da força máxima). Após sua recuperação solicitamos a continuidade dos treinos em academia.
Para definição da carga máxima uma das opções é: Realizar teste de 1 repetição máxima (1RM). Esse teste permite definirmos 100{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} de carga através de 1 repetição completa com a carga máxima suportada pelo paciente.
A partir dai começo o trabalho (na faixa de {8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} desejada: 40{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354} a 90{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354}) com 2 séries, 1x ao dia. A cada 2 treinamentos aumento uma série e assim sucessivamente até chegar em 9 séries. Faço até 9 séries porque se somarmos 20s + 20s + 20s + 20s + 20s + 20s + 20s + 20s + 20s = 3 minutos e a partir dai teriamos um trabalho aeróbico.
Se o paciente se adaptar rapidamente a carga nada impede que você refaça o teste de 1RM e redefina a carga. É muito comum ocorrer evoluções rápidas em paciente que estão muito debilitados.
O tempo de repouso entre as séries é de: 1 a 3x o tempo de exercício para resistência, ou seja, de 20s a 1 minuto; 4 a 8x para treino de força.
Dentro da prescrição, é pedido exercícios diários em casa. Nesses parâmetros o trabalho fica seguro e progressivo. Vale lembrar que este texto é apenas um direcionamento e que existem várias formas de se trabalhar a prescrição de exercício em pacientes.