Por Marcio Ogido
Localizado no retropé e também fazendo parte do raio lateral (figura 1), essa estrutura “robusta e encorpada” é o maior e mais forte osso do tarso, possui um papel fundamental durante a descarga de peso na posição ortostática ou na dinâmica da marcha, corrida ou saltos.
Todas as estruturas podais recebem uma carga descendente do peso do corpo, direta ou indiretamente, porém maior parte do peso que chega ao pé é transferido para o solo pelo calcâneo, justificando assim o seu tamanho em relação aos ossos adjacentes (figura 2).
Para diminuir o impacto do contato no solo, uma grossa camada de tecido adiposo (figura3) está presente entre o osso e a pele, servindo como um “acolchoamento” dissipando as forças a incidir sobre essa região. Esse tecido gorduroso tem uma tendência a diminuir com a idade, podendo gerar desconfortos quando estiver muito tempo em pé.
O osso calcâneo se articula com o tálus superiormente (subalar) e ântero lateralmente com o cuboide (calcâneo cuboide);
O calcâneo se movimenta nos 3 planos na subalar (figura 3):
Plano frontal: pronação e supinação;
Plano sagital: flexão e extensão;
Plano horizontal: adução e abdução.
Em cadeia cinética aberta, a somatória dos 3 movimentos do calcâneo mais os outros ossos do pé resultam nos movimentos osteocinemáticos, por exemplo:
Inversão do pé = movimento de extensão, supinação e adução do calcâneo;
Eversão do pé = movimento de flexão, pronação e abdução do calcâneo.
Durante a marcha esses pequenos movimentos ajudam a adaptar às adversidades do terreno e ajudam a minimizar as compensações da irregularidade do solo nas articulações superiores diminuindo assim possíveis lesões por sobrecarga.