Escrito por MÁRCIO MASSAHIKO OGIDO, CEI
O nervo acessório é um dos nervos que fazem parte dos 12 pares cranianos, embora seja
motor para o músculo esternocleidomastóideo e trapézio superior (função relativamente
simples quando comparado com outros pares), a abordagem sobre sua estrutura envolve
vários pontos anatômicos.
É possível ter um acesso direto em suas emergências sobre o ECOM e o trapézio superior
(figura 1), logo manobras neurais podem ser realizadas sobre esse local (figura 1)
O nervo deixa o crânio pelo forame jugular (junto com os nn. glossofaríngeo, vago e veia jugular), este orifício é formado por uma
abertura entre os ossos temporal e occipital, logo manobras que favoreçam a abertura dessa passagem, ou alterações de mobilidade, ou posicionamento envolvendo essas duas estruturas ósseas podem comprimir ou dificultar o deslizamento do nervo nesse local
(figura 3).
Disfunções em C1 a C4 podem interferir também nesse sistema pelo segmento facilitado, pois ao sair do crânio, os ramos saindo das alças cervicais provenientes de C2 a C4 anastomosam com o 11o par (figura 2).
Dentro do canal vertebral, origina-se dos 6 segmentos medulares superiores da medula, e ascendem, entrando no crânio pelo forame magno, favorecer a sua abertura, maleabilidade e liberar estruturas envolvidas no local, podem facilitar a liberdade de movimentos dos tecidos que passa por ela (figura 3).
De maneira geral, um trabalho sobre a dura-máter favorece direta ou indiretamente os nervos cranianos, no caso do acessório, perfura essa capa fibrosa quando sai pelo forame jugular, mas considerando a continuidade desse tecido, uma restrição em qualquer ponto de fixação da dura, seja intracraniano ou espinhal, pode repercutir sobre todo o sistema, inclusive na base do crânio de onde sai esse par (figura 4).
De forma indireta, uma liberação miofascial das estruturas que ele inerva pode melhorar a sua interface com as fibras musculares gerando maior liberdade. Ainda, manobras arteriais ou sobre os nervos das túnicas médias (músculo liso) dos vasos podem aumentar o seu aporte nutricional.
Estão citadas aqui apenas algumas possibilidades de acesso anatômico sobre esse nervo, é importante salientar que a complexidade do corpo vai muito além de uma simples visão anatômica, o fator causal da disfunção pode estar oculto e à distância do local sintomático, é extremamente importante buscar entender as correlações anatomofisiológicas e biomecânicas, mas quem guia o tratamento é o próprio corpo do paciente e não o que o terapeuta “acha que pode ser” previamente.